terça-feira, 19 de setembro de 2017

O Jardim que o pensamento permite



Um dia, entre o voo e a queda, o nascer e morrer, pouso numa árvore de tronco calcinado e leio este poema de Maria Gabiela Llansoll

"A felicidade deve estar imanente no tempo. O tempo, em si mesmo, deve ser feliz. Que dia estranho, em que julguei sentir-me uma página do tempo. Fui a um dos meus jardins e encontrei a lua cheia, como uma pessoa que eu desejasse ver. Devo ousar mais: a lua era um ser que eu desejava ver. Este meu jardim não tem muro, nem casas à volta, está disposto a crescer à medida que eu o atravessar, uma, duas, três, centenas de vezes. É um lugar? É uma fonte que comunica com o espaço? É um texto a ler? É o jardim que o pensamento permite?"


quarta-feira, 6 de setembro de 2017

Melodias complexas


"Um átomo é mais parecido com uma melodia do que com uma mesa. Mas, como uma mesa é composta por átomos, não significará isso que a matéria não passa de uma melodia mais complexa? Seremos, como perguntava Símias de Tebas, algo mais do que melodias complexas?"


Martin Gardner, em "Nem todas as baleias voam" de Afonso Cruz