sexta-feira, 28 de outubro de 2016

As árvores do meu rio



As árvores são gente de natureza diferente.

A algumas o corpo cresce sem receio, direito aos céus.

A outras, os ramos perdem-se, contorcem-se, vergam-se, à procura de um destino.


Silhueta à beira rio






Esta noite, uma nuvem cinzenta, pesada, atravessa e ameaça a lua redonda, cor de prata.
A lua espreitava, então, com uma face dividida, carregada de maus humores, esperando impaciente que o tempo, o vento ou os deuses lhe devolvesse de novo a canção da alegria..

Ao vê-la, percebi que a lua estava zangada. Hoje não estava para amar!

sábado, 15 de outubro de 2016

As penas do eucalipto



... desprendem-se em desenhos estranhos e morrem abraçados ao tronco, como num poema de Ievtuchenko. 

Antropomorfismos


Já escondi o meu corpo no tronco e nos ramos de uma árvore.
Já o escondi num corpo, num rosto, num ombro, em noites de agasalhar quem não dorme.
... e já não sei se sou árvore, se sou eu.